Esquadrinhando teu corpo, deslizando sigo
Tomando teus olhos como estrelas guias
Pelas estradas sinuosas das tuas cercanias
Nas quais me perco enquanto te persigo
Beijando nas tuas montanhas róseos cumes
Medindo suavemente os limites da tua vastidão
Caminho ritmado pelo palpitar do teu coração
Avançando pela planície lânguida até teus alvos
lumes
Então te viro do avesso e meu olhar avista
Entre dois montes penetrando o vale do desejo
Circundando grutas que ao adentrar me vejo
Provocando incêndios com uma simples faísca
Mas neste território amplo, meu domínio é
vasto
Estendendo-se até as florestas mais obscuras
Às paragens úmidas, onde se praticam loucuras
E repousam incólumes os troncos mais castos
Nestas matas de tuas terras que tenho
desbravado
Conhecendo deste chão cada palmo de tua pele
Não há no horizonte o que se esconda ou se revele
Onde minha bandeira não tremule em mastro
mais fincado
E assim te cercando como latifúndio, triste é
a agonia
Quando tenho que te deixar, mesmo que por um
instante
Pois como numa fantasia, o teu reino fica tão
distante,
Mas é nele onde o meu amor conhece sua
geografia.