segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

DECÊNCIA

Versos rimam com uma taça de vinho
Ébrio relance de casto mistério
Envolto nas sombras de um riso funéreo
A gargalhar das "verdades" às quais me avizinho.

Ó melancolia de uma taça vazia
Quão dessemelhante foste de uma íris fosca
Qual essa humanidade abjeta e tosca
Que em nada à terra de nossos ancestrais trazia.

Encha o copo, por favor, ó Lady
Que o doce aroma já nos é inebriante
Uma vela acesa e um olhar intrigante
Um cálice de tu'alma só aumenta minha sede.

Ó decência que o desejo furta
À meia luz me perco em sua vastidão
Ao Inferno adentro de lascívia então
Me perdoe, ó Céu: a noite não será curta!