terça-feira, 27 de julho de 2010

SOBRE NOITES E DESISTÊNCIAS

Seria de prata o reluzente punhal
Vilmente cravado em minhas costas tão curtas
Habilmente manejado por mentes vetustas
Que em mim não encontram um feliz serviçal?

Aqueles que lado a lado, ombro a ombro,
Lutaram em busca de novos ares
Agora ocupam outros lugares
Que a eles ocupam e causam assombro.

Assombroso véu que oculta a vilania
Disfarçada de justiça, a injustiça graça
Não há democracia que esconda essa desgraça
Da vaidade torpe envolta em hipocrisia.

Não há solução que apagar faça
Da história o mal que angustia o peito
Pois a maldade herdada e o malefício feito
São como chagas no tempo de uma dor que não passa.

Não há longe um inimigo pior que o caseiro
De quem não se espera nada mais que um afago
Lágrima doída, golpe inesperado,
A ausência sentida de um "nobre cavalheiro".

Mas a tristeza cessa ao raiar do dia
E a decepção travestida de revolta aflora
Levanta-te agora homem, é hora!
A revolução não tarda - Tem em ti o guia!

As noites perdidas ficarão para trás
E a tristeza de outrora agora é poesia
A noite dos "companheiros" talvez não seja tão fria
Mas meu coração é quente e não desistirá jamais!