sábado, 30 de outubro de 2010

AMOR AO MAR

Como suave navegante nosso amor chegou à costa
E encontrado a salvo o naufragado coração
Berrou às ondas e às nuvens que anseiam a imensidão
Do mar profundo onde o silêncio lhe trouxera uma resposta.

As vagas que trouxeram esse errante coração
Noutros tempos navegavam oceanos abissais
Mas as marés as conduziram a belíssimos corais
E à terra firme das estepes em total contemplação.

A leste se encontrava o meu amor tão desejado
Cruzando oceanos, onde meu mar havia sonhado,
As brancas nuvens de tua pele compõem alva harmonia

Entre a areia e o horizonte anseio teu azul profundo
Ó mar do meu amor, tua superfície é o meu mundo
A constelação que a ilumina tem em ti estrela guia.

sábado, 16 de outubro de 2010

INVERNO DE MINH’ALMA

De fora avisto um letreiro iluminado
No teatro das sombras, espetáculo desperto
D’um sono profundo, um vulto encoberto
Das cortinas anuncia: primeiro ato iniciado!

Minha alma cambaleia sob as luzes da ribalta
Ao desespero da platéia, a essa altura enfurecida
Degenerada orda, canalhada decaída
Expulsa a emoção que o meu coração assalta

Uivando repentino pela porta entreaberta
Um vento gelado no meu peito aperta
Prenunciando na aurora derradeira temporada

Eis aqui o último papel que represento
O ocaso de uma vida, canção sem andamento
O espelho de minh’alma é uma casa abandonada.