Difícil é a jornada e o seu retorno
inevitável
Da escuridão inefável para a luz perdida
D’onde tudo ocorreu e cessou a vida
Voltando por um caminho perigoso e
incontornável
Caminhei inseguro, tateando entre as brumas
Trazendo comigo, companheira, a solidão.
Erguendo os olhos úmidos avistei na imensidão
Uma revoada, que o místico luar cobria de
plumas
Dos pássaros que me guiavam, habilmente
encantados
Por entre as árvores e arbustos, para longe do
abismo
Ouvia seu canto inebriante, um tal melódico
malabarismo,
Que meus ouvidos o seguiam como se estivessem
enfeitiçados
Passei por vales e montanhas, cruzei o desfiladeiro
Quando no dourado horizonte o sol já apontava
Deixando para trás o luar que me encantava
E a paixão que me levara ao abismo, em
desespero.
Chegando exausto ao meu Destino, mas na hora
marcada
Recebi da Morte, em noivado, o seu último
beijo
Me concedeu, entretanto, como um último
desejo,
Uma aliança eterna. Sombrio fim de minha jornada!
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