quarta-feira, 10 de outubro de 2012

O CÁRCERE


Encontrei lá fora um espelho e nele vi refletidas
As paredes que não mais me cercam,
Mas que continuam a se erguer diante dos meus olhos.
A prisão continua dentro mim.

Nos olhares percebo a vigilância
Como se fossem torres nos muros invisíveis que ainda me rodeiam
Cercando minha liberdade com sua vastidão:
As muralhas são incontornáveis.

As chagas sentidas em meu corpo
Doem menos que a violência
De continuar a ser prisioneiro
Desse estigma que se tornou meu estandarte
Da desesperança estampada em cada esquina do meu caminho.

Para mim só restou a guerra
Que cuspirei de volta pra ti.
Porque para eles
O cárcere continua
Dentro de mim.

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