De fora avisto um letreiro iluminado
No teatro das sombras, espetáculo desperto
D’um sono profundo, um vulto encoberto
Das cortinas anuncia: primeiro ato iniciado!
Minha alma cambaleia sob as luzes da ribalta
Ao desespero da platéia, a essa altura enfurecida
Degenerada orda, canalhada decaída
Expulsa a emoção que o meu coração assalta
Uivando repentino pela porta entreaberta
Um vento gelado no meu peito aperta
Prenunciando na aurora derradeira temporada
Eis aqui o último papel que represento
O ocaso de uma vida, canção sem andamento
O espelho de minh’alma é uma casa abandonada.
Um comentário:
A vida toda parece estar entre as "luzes da ribalta" e o cadafalso. Como péssimos atores, no tablado, exibimos nossa cara e nossa alma, à "canalhada decaída".
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