Forma e conteúdo não encontram harmonia
Nem métrica ou rima aqui encontrarás
Inexiste assim nesta paupérrima epifania
Belas palavras ou a genialidade que lhe apraz.
As tradições não foram postas de lado
Mas refinamento este arremedo não contém
Tal o pensamento inculto e atravessado
Deste homem do povo, o que ao douto não convém.
Não é preciso desenhar nestas linhas mal traçadas
Um diagrama para que tu consigas entender
Que a liberdade de Drummond e as bandeiras eriçadas
Proclamam a liberdade de, ao gosto, escolher.
Poesia formal ou versos brancos?
Temas polêmicos ou odes ao amor?
Formas e Idéias nos tocam aos tantos
E nem sempre o melhor consolo é a dor.
Como sei nada entender de poesia
E teu intelecto é um primor de julgamento
A mediocridade seria uma boa companhia
Se até pra ser medíocre não precisasse de talento.
sábado, 25 de setembro de 2010
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3 comentários:
Para uma excelente reflexão sobre a questão da compreensão e do julgamento da poesia no mundo contemporâneo, veja o texto "O Caminho da Incompreensão" no blog: http://cronicasdecalliope.blogspot.com/2010/07/o-caminho-da-incompreensao.html
Grigório,
Sou novato Theo Moura que venceu a timidez em prol da poesia.
Agradeço pela sua atenção.
Abraços Meus.
Ter ou não ter talento (quem mede-o?), eis a questão... Não há de faltar quem apare as asas do poeta com preconceitos retrógrados e comparações fúteis. Mais uma vez me encanto com o refinamento formal, a incrível elasticidade poética de rimar ou não rimar, ao gosto da pena e a deliciosa ironia lírica que envolve este sublime poeta. O que mais eu poderia dizer à respeito de um poema que diz tudo? Compartilho essa idéia e dessa liberdade...
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