sexta-feira, 22 de julho de 2011

UM SONETO BANCÁRIO-FILOSÓFICO

Um eclipse profundo em vastos horizontes
Anuncia o ocaso de uma era de martírios
Disseminando sofrimento em espasmódicos delírios
Nestas terras dominadas para além dos verdes montes

Sem limites estreitos para a brutalidade e o mal
Nossa longa jornada de antigos feitos
Se desfaz na solidão dos singulares e eleitos
Na era de ouro da irracionalidade racional

Pois que a razão se torna o algoz pungente
Desta nova ordem, da novíssima (conta) corrente
Como uma avalanche irrefreável de desumana moral

Com sua ética elástica, cunhada a ferro e fogo
Milimetricamente calculada na medida desse jogo,
De quem vende a própria alma por um cheque nominal.